Tem gente que anda meio sumida, né? Eu sei! Mas essa vida de estudo, trabalho, dona de casa e leitora está cada vez mais difícil! Porém, em meio a tanta turbulência, meu mês de abril foi muito especial!! Eu nunca tinha ganhado presente de aniversário com mais de um mês de antecedência, mas neste caso foi impossível não abrir um sorriso do tamanho do mundo. Meu amigo Lucas Raspante, do blog Tentando Ser Nerd resolveu adiantar meu presente devido ao lançamento precoce do livro Dama da Meia-Noite, o primeiro da trilogia Os Artifícios das Trevas da escritora Cassandra Clare. No dia 4 de abril eu recebi a surpresa pelo correio... e é claro que eu declarei que ele seria o livro do mês, visto que suas quase 600 páginas preencheriam com prazer todo o meu calendário de abril. Dito e feito! Finalizei a leitura ontem, e agora eu trouxe um pouquinho dos comentários sobre este livro, evitando ao máximo aqueles spoilers indesejados... e com um apelo urgente: se você ama esta escritora e este mundo Shadowhunter, em hipótese alguma deixe de ler este livro!


“Parabatai era mais que amizade, mais que família; era um laço que prendia os dois, ferozmente, de um jeito que todo Caçador de Sombras respeitava e reconhecia, do mesmo jeito que se respeitava um laço entre duas pessoas casadas”

     As séries “Os Instrumentos Mortais” e “As Peças Infernais” apresentaram desfechos brilhantemente inesquecíveis. O fim da Guerra Maligna em Ídris, mesmo com tantas perdas e tanto sofrimento, deixou reticências muito evidentes quanto ao futuro dos irmãos Blackthorn e também de Emma Carstairs. Depois de um ano inteiro esperando pela continuação de uma história que, em minha opinião, poderia ser eterna, eis que somos apresentados à “Dama da Meia-Noite”.

     Deixando de lado a intensidade do romance de Clary e Jace, Cassie transfere o foco de Nova York para a cidade dos sonhos. Em Los Angeles, o Instituto foi reformado depois de ser destruído por Sebastian Morgenstern há cinco anos. Hoje, dirigido por Arthur Blackthorn, abriga os Caçadores de Sombras que carregam a promessa de serem os melhores guerreiros de seu tempo. Emma e Julian, que com apenas 12 anos já haviam mostrado do que eram capazes em Cidade do Fogo Celestial, cresceram e se tornaram mais fortes e juntos, parabatais. Os Blackthorns mais jovens também foram forçados a amadurecer muito mais rapidamente que as outras crianças devido à perda de seu pai e de dois de seus irmãos, Helen e Mark, que por terem sangue de fadas, foram afetados pela Paz Fria. Esta lei proibia os Nephilins de todo e qualquer contado com os membros das Cortes das Fadas, bem como a exclusão dos mesmos dos Acordos entre os membros do submundo. E como o próprio lema dos Caçadores dizia que a lei é dura, mas é a lei, Helena foi exilada para longe de sua família e Mark foi levado para a Caçada Selvagem.


“- Eles não gostam de deixar Caçadores de Sombras jovens como nós se envolverem com questões sérias. Jamais gostaram. Mas Jace, Clary, Alec e Isabelle salvaram o mundo quando tinham a nossa idade. Foram honrados por isso. Resultado: é isso que faz com que mudem de ideia.”

     Logo de cara já é possível perceber que a sede de vingança presente na pequena Emma, há cinco anos, não diminuiu. Muito pelo contrário. Suas atitudes e o foco de sua dedicação são em grande parte destinadas a descobrir a verdade sobre a morte seus pais. A certeza de que as mortes não foram relacionadas à Sebastian ficam cada vez mais claras quando novos casos de mortes bem características começam a aparecer. A maioria dos corpos pertencia a mundanos que possuíam a Visão, mas algumas vítimas tinham também sangue de fadas e este fato fez com que os moradores do Instituto recebessem a visita de três nobres da Corte das Fadas, representantes da Caçada Selvagem, que estavam dispostos a barganhar e chantagear os Caçadores de Sombras para que descobrissem quem estava por trás de tais assassinatos. O que eles tinham a oferecer tinha um valor inestimável para a família Blackthorn, e talvez a única chance de recuperarem Mark de uma vez por todas.

     As investigações percorreram um caminho tão sinuoso que requeria até a presença de Malcolm Fade, o Alto Feiticeiro de Los Angeles e também amigo da família, para que os códigos e runas antigas, que levavam a crer em magia negra e necromância, fossem desvendados.


“- Leis não significam nada, menino – disse Malcolm, com uma voz baixa que mesmo assim ressoou. – Não há nada mais importante do que o amor. E nenhuma lei superior.”

     Quem também apresentou grande importância e destaque na investigação dos assassinatos foi Cristina Rosales, uma Caçadora de Sombras mexicana que escolheu passar seu período de experiência no Instituto de Los Angeles e logo foi recrutada para o serviço, tanto investigativo quanto de amiga de Emma. Logo de cara as duas se relacionaram de modo extremamente sincronizado, mas o tempo fez com que as barreiras e os segredos fossem compartilhados entre elas e os laços da amizade ficaram cada vez mais intensos.

     Em paralelo a toda a parte investigativa, o relacionamento de Julian e Emma promete arrancar nossos corações a sangue frio, como previsto desde o desfecho de Os Instrumentos Mortais. Eles juraram lealdade e compartilharam suas almas perante o Anjo durante a cerimônia parabatai quando tinham 14 anos; se tornaram uma só força na batalha, um só coração, e juraram um amor de irmão, Philia ou Ágape, porém nunca Eros, o amor romântico. Este tipo de amor entre parabatais era proibido por uma das leis celestiais mais antigas de todos os tempos. Para a Clave, a Lei é dura, mas é a Lei... mas para os Blackthorns, uma Lei ruim, não é uma Lei. Nesse momento os segredos mais profundos do coração de Emma, tão profundos que até mesmo ela desconhece e os sentimentos mais verdadeiros de Julian, que contrastam com toda sua arte de mentir, são postos à prova. Até onde eles poderão encarar estes sentimentos, ou melhor, até quando terão que escondê-los?


Comentários

     Preciso começar meus comentários agradecendo mais uma vez ao Lucas pelo presente. Lu, você sabe mais do que ninguém o quanto esse mundo das sombras diz sobre nossa amizade. Ouro e Prata, Sangue e Guerra... Runas e Adamas... sempre estiveram presentes na nossa pequena história e eu tenho muita fé de que eles vão nos acompanhar por muito tempo ainda. Essa magia não acaba aqui!!

     Agora voltando para a história...

     Nas primeiras páginas eu pude notar a delicadeza da autora em resgatar na memória de seus leitores os elementos e seres do mundo das sombras. Ela descreve minuciosamente cada elemento: as laminas serafins, a Estela, as runas... as famílias mais tradicionais, os integrantes do submundo, os acordos e também a Guerra Maligna. Achei até melhor detalhado do que em Cidade dos Ossos, e aquela pontinha de nostalgia surgiu na minha alma.

     Outra coisa bem legal foi que, pelo fato do cenário da história ser em Los Angeles - a cidade dos sonhos, do amor e dos filmes - a autora acrescentou diálogos entre os personagens repletos de referências a alguns filmes que eu particularmente amo! Um Lugar Chamado Nothing Hill, Os Vingadores (essa passagem em especial foi sensacional!), A Fantástica Fábrica de Chocolates, Star Wars e também 007, trazendo uma pitada de humor para os diálogos que eram, na maioria das vezes, cheios de tensão.


"Emma não poderia ter parado nem que quisesse. A estela parecia se mover por vontade própria; e ela estava cega pelas memórias, um caleidoscópio delas, todas de Julian"

     O que dizer sobre os momentos de choque?? Tenho muito pra falar mas me recuso a dar spoilers, então eu só deixo aqui uma leve reclamação: o livro "Contos da Academia dos Caçadores de Sombra" deveria ter sido lançado primeiro. Muita coisa aconteceu no decorrer dos cinco anos entre o presente e o fim da Guerra Maligna... muitos acontecimentos envolvendo Simon, Izzy, Jace, Magnus, Clary e Alec, e em três ou quatro momentos me deparei com spoilers importantíssimos citados sem algum detalhamento, sem nenhuma explicaçãozinha que acalmasse meu coração, e isso aconteceu por que  os fatos foram explicados neste outro livro, deixando um gosto horrível de "não to sabendo de nada" na boca. 

     Amei a construção dos personagens, amei ver como Emma cresceu forte e saudável (momento mãe coruja) além de muito perspicaz e obstinada; gostei de ver que Julian não perdeu sua paixão pela pintura, mesmo em meio a tantas obrigações, tendo que cuidar de seus irmãos mais novos. Fiquei encantada com Cristina, que trouxe uma alternativa para Emma no quesito amizade. Eu sinto que mesmo com Julian ao seu lado, sendo seu melhor amigo e parabatai, chegou um momento que Emma precisava de uma alma feminina e Cristina é perfeita... amiga sincera, que não diz apenas o que ela gostaria de ouvir e sim o que era a mais pura verdade dentro do contexto em que eles estavam. Adorei o gancho que foi deixado para o próximo livro (espero que esteja certa quanto a isso) relacionado à identidade de Tiberius Blackthorn. O irmão gêmeo de Livvy é um Caçador de Sombras muito especial, com um desejo diferente dos seus irmãos... e quem sabe seu desejo e a Scholomance é mais abordada no próximo livro.


"- Desde que haja amor e lembrança, não existe morte de verdade - falou. Ele tocou o arco nas cordas e começou a tocar de novo. Música inflou, girando pela cozinha como fumaça."

     O enfoque na relação entre parabatais foi muito significante e mexeu muito comigo. O coração de Julian e Emma escondem segredos que jamais deveriam ser revelados, se não fossem feitos de amor. Isso mexeu muito comigo, com meu emocional e me fez derramar algumas lágrimas sim. Nada como em Princesa Mecânica - que ainda continua no posto de melhor livro do mundo Shadowhunter - mas foi uma leitura muito intensa e que ultrapassou as barreiras da minha alma.

     Quanto ao desfecho, acho que ficou equilibrado quanto aos prós e contras. Muitas coisas eu gostei que foram resolvidas, mas outros acontecimentos eu fiquei bem insatisfeita. Mas vejam bem, é apenas uma opinião, e não um julgamento à escritora, alegando que ela fez um mau uso de sua própria história! Nada disso, só acho que eu criei muita expectativa pra algumas coisas.. e me decepcionei, bem como em outras ocasiões eu não pensei nada a respeito e acabei me surpreendendo. Mas estamos falando de Cassandra Clare, né?

     Pra finalizar... o capítulo extra é bem fofo, e traz de volta um pouquinho da vida em NY!!! Adorei... mas, não sei se quem já leu a série toda também sentiu isso, mas os personagens estavam um pouco fora de foco na minha cabeça. Eles estão mais adultos, amadurecidos... claro que o Jace ainda permanece irredutível quanto ao seu charme, mas a Clary, por exemplo, apresentou traços de uma maturidade que até então eu só tinha visto na Tessa... e todo aquele egoísmo e infantilidade sumiram! Isso foi bom, pontos para Clary!! Mas sinto que perdi a essência dos personagens em algum momento... 

     Deve ser um sinal para eu reler os livros!!!

     Bom pessoal, vou ficando por aqui!! Espero que tenham gostado da resenha, dos comentários... e também do livro!! Quem quiser deixar nos comentários o que achou, fiquem a vontade.. eu terei imenso prazer em respondê-los!! beijos beijos e até o próximo post!!



Dama da Meia-Noite – Livro 1: Os Artifícios das Trevas
Cassandra Clare
Editora Galera Record - 2016
574 páginas
ISBN: 978-85-01401-08-3
Por Izabela Elias


2 Comentários

  1. As fotos ficaram SENSACIONAIS!!! Amei..

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    1. Foi difícil.. mas valeu a pena!! Eu também gostei muuuuito... ❤ obrigada mãe...

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