Boa tarde pessoal!! O post de hoje é super especial e eu estava contando os segundos pra mostrar pra vocês!! A fanpage "Adaptações de Jane Austen" está desenvolvendo um projeto muito legal em parceria com algumas páginas e blog's, e o Cadê Meu Livro está responsável pela abertura deste projeto, também como convidado e parceiro. Então, o que estamos esperando? Vamos ao que interessa!

     Como o título já diz, o projeto Fugindo do Tema tem como objetivo fazer uma apresentação de um livro, série ou seriado que cada parceiro gostou muito e, consequentemente, indicaria para todos os seus leitores. Eu, com intuito de fugir do tema mas ainda manter as raízes em romances de época, resolvi apresentar pra vocês uma série que eu li no meio do ano passado e simplesmente amei...



Os Hathaways - Lisa Kleypas

     A série Os Hathaways foi escrita pela autora Lisa Kleypas entre os anos de 2007 e 2010, e traduzidos e lançados pela Editora Arqueiro entre 2013 e 2015. Compostos por cinco livros e um conto, a série traz a história de uma família muito cativante que viveu no século XIX, e que foi submetida a diversas aventuras e conflitos sociais em nome do amor. Os momentos mais inoportunos e divertidos da família Hathaway são desenrolados em Londres e Hampshire, interior da Inglaterra, e tudo começa quando os cinco irmãos são deixados órfãos pelos pais e têm que tomar um rumo na vida, sendo agora chefiados pelo único filho homem e também irmão mais velho, Leo Hathaway...


Desejo à Meia-Noite

     Entre cinco irmãos, Amélia é a segunda filha mais velha que, após a morte de deus pais e o infortúnio da escarlatina que afetou dois de seus irmãos, vive para cuidar e proteger toda a família. Leo, o irmão mais velho, na maioria das vezes é a maior causa de suas preocupações. Ao herdar o título previamente amaldiçoado de Lord Ramsey, Leo vive desaparecido em bares, casas noturnas e outros lugares que consumiam toda a sua fortuna e vontade de viver. Certa noite, Amélia sai em busca do irmão que desapareceu novamente e conhece Cam Rohan, um homem muito educado e misterioso, por quem sente uma atração desconcertante, mas que não passaria de um momento sem perspectiva futura. Descendente de ciganos e muito bem sucedido, Cam carrega nas veias o desejo de liberdade que aquela sociedade nunca o permitiria viver. Ao contrário de Amélia, que o maior desejo era ver sua família feliz e honrada, mesmo com poucos recursos. Para isso, ela se muda com Leo e as outras três irmãs para a casa de campo que tinham em Hampshire, e logo percebe que o destino não a deixaria livre dos problemas de maneira tão fácil. E por falar em destino, o mesmo que Amélia insiste em desacreditar, fez com que Cam estivesse por perto. Tão perto e disposto a ajudar, que abriria mão de seu desejo de ser livre para encontrar um novo tipo de liberdade, que só era possível nos braços da mulher que amava.


Sedução ao Amanhecer

     Depois de me apaixonar por cada suspiro de Cam e Amélia, foi a vez de acompanhar a história de Win e sua jornada em busca de uma vida mais saudável depois de anos sofrendo com as sequelas da escarlatina em seus pulmões. Win vai para a França e lá conclui seu tratamento na clinica do Dr. Harrow, um médico renomado e muito dedicado, que fez com que Win tivesse fé em si mesma e um desejo incontrolável de ser uma mulher completa para o homem que amou a vida toda, o cigano Kev Merripen. Como era de se esperar, um amor avassalador, que é maior do que a própria vontade de viver. Embalado nesse sentimento intenso, Kev se vê dividido entre se entregar aos desejos de sua amada ou protegê-la de si mesmo, pois se acha indigno do amor da dama. Paralelamente temos a tentativa de socialização das duas irmãs mais novas, Poppy e Beatrix, com a ajuda da governanta Srta. Marks; a grande reconstrução da Mansão Ramsey, que tinha sido destruída em um incêndio; a vida já muito amada que Amélia carrega no ventre e a descoberta de laços no passado de Cam e Merripen.

Tentação ao Pôr do Sol

     Depois de dois amores ciganos, eu cai na besteira de achar que todas as irmãs Hathaways se renderiam à essa "moda" cheia de paixão. Eu queria algo novo, inusitado e acabei encontrando tudo isso no terceiro livro da série. Sim, era tudo que eu queria! Lindo, intrigante e o mais marcante: um amor que ganhou vida lentamente.
     Poucas mulheres tinham a chance de se casar por amor e Poppy Hathaway tinha consciência desse fato. Era uma menina cheia de carinho e dona de uma inteligência que chocava e afastava muitos homens, mas atraia com grande intensidade a atenção de Harry Rutledge, o misterioso dono do Hotel que abrigava a família Hathaway enquanto as construções da Ramsey House eram finalizadas. Um homem sério, dedicado e dono de olhos verdes protagonistas dos sonhos de muitas damas, exceto de Poppy, que entregara seu coração a Michael Bayning. Acostumado a ter tudo que desejava, Sr. Rutledge fez de tudo para ter Poppy como sua esposa, sem medir esforços e sem pensar que suas atitudes fariam com que ela o odiasse. Neste momento do livro eu entrei em pânico e estava inconformada com tamanha tristeza que era viver ao lado de um marido tão imoral. Sua vida era feita de negociações e seu passado triste o impedia de ter sentimentos que Poppy tanto valorizava. A dama tinha sede de um afeto que, com o tempo, percebeu que Harry desconhecia. E esse mesmo tempo revelou o quão difícil foi a vida desse homem.
     Vou deixar um pouco no ar o desfecho, mas adianto que nessa história com personalidades tão distintas, o amor é fruto de compaixão, paciência, desejo e compreensão. Simplesmente encantador.


Manhã de Núpcias

     O quarto livro da série era o mais esperado.. a história do único irmão homem da família, Leo Hathaway. Muita coisa aconteceu na vida dessa família até aqui: Amélia, Win e Poppy se casaram, a Ramsey House ficou pronta, Beatrix teve a Srta. Marks para si como dama de companhia, e Leo passa a doar-se mais à arquitetura. Mas além dessa dedicação à Beatrix e à arquitetura, Catharine Marks e Leo passam grande parte do tempo implicando e discutindo um com o outro. Cat é uma mulher de postura firme, séria e cheia de segredos, mas encantadoramente linda atrás de seus óculos de grau. Fez de Poppy e Beatrix meninas elegantes e lhes ensinara tudo sobre o comportamento na sociedade, preparando-as para o casamento, e quando as meninas iam a um baile, Cat permanecia com as solteironas e viúvas, se recusando a encontrar um pretendente. Cat abominava o comportamento dos homens aristocratas, e entre eles estava Leo, que com seus estonteantes olhos azuis era reconhecido por sua péssima reputação, causada pela profunda devassidão que viveu após a morte de sua noiva Laura. Todas as brigas, desentendimentos e contradições me fizeram lembrar que a linha entre o amor e o ódio é muito tênue e que mesmo personalidades tão fortes e orgulhosas não resistiriam aos instintos mais primitivos de paixão e devoção. Porém, antes de qualquer relacionamento, Leo e Cat vão descobrir um no outro motivos para ficar, quando a maior vontade naquele momento é fugir.


O Casamento Hathaway - Conto da Série

     

O Casamento Hathaway é um conto que traz a união de Win e Merripen como uma extensão do romance apresentado no segundo livro da série, Tentação ao Pôr do Sol. É uma pequena história (disponível para download grátis na Apple Store e também na Google Play Store) que traz um pouco das superstições ciganas e o medo do casamento não sair como esperado. Mas o que eu mais gostei foi que o conto trouxe um pouco mais do jeitinho alternativo de Beatrix, a irmã mais nova da família Hathaway e, como o último livro da série é sobre ela, eu senti que foi uma ótima introdução ao romance arrebatador que estaria por vir.


  


Paixão ao Entardecer

     Neste último livro temos a história de Beatrix, uma menina espirituosa que cresceu livre e apaixonada pelos animais e pela natureza. Bea sonha com um amor diferente dos encontrados nos salões de visitas e nos bailes. Ela preferia mil vezes um cigano de alma viva do que um rapaz cheio de classe que aguardava a morte e a herança de seus parentes. Certa tarde, sua amiga Prudence recebe uma carta do Capitão Christopher Phelan, mas decide não respondê-la. Bea sente que a carta precisa ser respondida, pois imagina que um homem que está na guerra vive de solidão e as palavras certas poderiam, mesmo que em uma fração de segundos, contrastar com a dor e a morte. Assim, ela corresponde com o Capitão em nome da amiga durante oito longos meses, até que as palavras de encorajamento viram declarações de amor gravadas em papel. Beatrix que sempre foi uma menina pura e honesta não consegue mais escrever seu amor em nome de sua amiga e decide abandonar as cartas com apenas um pedido:

"Não sou quem acha que sou (...) volte para casa e descubra quem sou"

As palavras de Bea se tornaram a fonte de esperança do Capitão, que sempre foi um homem fútil e agora não se conhece mais, pois vive em meio a tanto sofrimento. Ao voltar para Hampshire, Christopher se vê sofrendo com pesadelos e transtornos sociais, mas nada o impede de buscar a dona das palavras que o manteve vivo. E Beatrix, com toda sua alma, espera ser encontrada e deseja que o amor seja capaz de perdoar e reerguer um homem tão ferido.



     Bom pessoal, esta foi a minha indicação para vocês! Eu espero que gostem!!! É uma leitura muito agradável, que desperta emoções e sensações incríveis na alma de quem lê. A autora soube ser única em cada uma das irmãs, trazendo beleza, sinceridade e delicadeza, cada uma a sua maneira... e também soube despertar a mulher que cada menina trazia dentro de si, esbanjando segurança e paixão. Um romance de época que vale a pena ler e reler... 

     Gostaria de agradecer o convite feito pelas meninas do "Adaptações de Jane Austen", foi um honra e um prazer trabalhar com vocês!!

     Beijos... e até o próximo post!


     Boa noite pessoal!! Tudo bem com vocês?? Espero que sim, pois eu estou muito ansiosa pra falar sobre esse livro com vocês hoje. Recebi "Tudo e Todas as Coisas" da Editora Novo Conceito no mês passado e foi uma experiência de leitura muito dinâmica e extremamente cativante. Impossível não se apaixonar!!


"Na verdade, há apenas uma única coisa que eu desejo: uma cura mágica que me permita sair correndo, livre, por ai, como um animal selvagem, mas nunca fiz esse pedido porque sei que é impossível."

     Já ouviu falar em Imunodeficiência Combinada Grave? Não? 

     Para nós pode ser uma doença totalmente desconhecida, mas seus efeitos e suas consequências ecoam na vida de Madeline Whittier a todo momento. Quando era ainda muito jovem, ela foi diagnosticada com esta doença grave que a impedia de se comunicar com o meio externo. Cheiros, sabores exóticos, texturas naturais, pólen... tudo lhe causa reação alergia. Hoje, Madeline está convencida de que é alérgica ao mundo. Sua vida e suas teorias giram em torno de livros, com as mais coloridas capas e que, além de serem a única fonte de cor em seu quarto imaculadamente branco, são os únicos que lhe fornecem alimento necessário para o dom da imaginação sem limites. 

     Acostumada a viver durante 17 anos apenas com sua mãe - que é também sua médica - e com Carla, sua enfermeira e melhor amiga, Madeline passa os dias lendo e tendo aulas online enquanto aguarda a hora do jantar para ter um momento de diversão com sua mãe. Seus dias são sempre assim e se resumem a isso. Nenhum amigo de sua idade, nenhum segredo, nenhum amor, apenas a monotonia dos dias e das noites... uma rotina que está com os dias contados quando a casa ao lado, que há um tempo estava vazia, recebe uma nova família.


"Naquela noite, sonho que a casa respira comigo. Eu exalo e as paredes se contraem como um balão furado, me esmagando quando desinfla. Eu inspiro e as paredes se expandem. Mais uma única respiração e minha vida, por fim, irá pelos ares."

     No dia em que seus novos vizinhos se mudaram, Madeline corre para janela para observá-los. Um homem e uma mulher, uma menina mais nova.. e um par de olhos azuis destacados pela vestimenta totalmente fúnebre do filho mais velho. Este é Olly, pelo menos é assim que seus pais o chamam. Tão seguro de si, cheio de vida e de movimentos inquietantes. Os olhos curiosos de Madeline logo se cruzam com o olhar do menino, mas sua mente cheia de inseguranças faz com que, no susto, ela se afaste da janela.

     Não demora muito para o garoto tentar uma aproximação, afinal quem resistiria ao charme asiático e afrodescendente de Madeline? E ela, mesmo que não tendo certeza alguma sobre como é o mundo lá fora e como seria se portar diante de uma nova pessoa em seu pequeno circulo de amigos, decide se aventurar nessa nova amizade. 

     Tudo é muito novo para ela. A liberdade de Olly a fascinava e muitas vezes ela chega a se questionar sobre seu futuro. Tudo sempre foi tão certeiro, tão convicto e tão real... sem nunca ser tratado como um problema e sim uma realidade, e que agora pode passar a ser um empecilho em busca de seus sonhos. Por outro lado, Olly enxerga o que é ter limites e passa a respeitá-los, mas nada o impede de fazer com que Madeline extrapole suas próprias barreiras. 


"Mais uma vez, fico hipnotizada pela expressão pacífica em seu rosto quando ele está em movimento (...) Seu corpo é sua fuga do mundo, ao passo que estou presa dentro do meu."

     Mergulhando com a cara e a coragem em mais um Sick-lit, descobri um mundo muito diferente do que eu estava acostumada a ler. A história é leve - o que me lembrou um pouco da delícia que foi ler Zac e Mia - e os personagens foram muito bem construídos, o que é um fator que ultimamente mais embasa minhas críticas. Olly tem um corpo livre e talvez um espírito aprisionado, ao contrário de Madeline, que sonha com universos e planetas distantes de sua bolha. Não só o fato de amar matemática, mas também o modo como chega a pensar que as pessoas são matematicamente previsíveis fez com que eu comparasse Olly com Colin Singleton de "O Teorema Katherine" de John Green. Mas Maddy (apelido novo de Madeline que me lembra um pouco de "bagunça organizada") superou minhas expectativas: não é aquela menininha em apuros e sim uma menina mulher, consciente de sua condição física, porém forte o bastante para subir muralhas e enfrentar o mundo. Claro que desde o começo eu fiquei apreensiva, afinal ninguém em sã consciência lê um livro com a protagonista doente esperando o melhor dos desfechos... mas eu me surpreendi e recomendo cada segundo desse romance... 

     Enfim, não quero dar spoilers... mas é uma história muito meiga, muito doce... com uma dinâmica de leitura incrível, visto que as páginas são repletas de diagramas e representações gráficas de emails, listas e rabiscos... totalmente envolvente. Um ótimo livro pra inaugurar a parceria de 2016... Espero que tenham gostado da resenha e não se esqueçam de deixar nos comentários a opinião de vocês, tá?

     Por hoje é só!! Beijos e até a próxima!



Tudo e Todas as Coisas
Nicola Yoon
Editora Novo Conceito - 2016
ISBN: 978-85-8163-788-4
304 páginas
Por Izabela Elias