Quando paramos para analisar a passagem do tempo e os dias, temos cada vez mais certeza que estamos literalmente correndo contra o tempo. A cada mês, a cada ano, o tempo passa cada vez mais rápido. Mas não para um potterhead. A última vez que a magia esteve no cinema foi em julho de 2011... e aqui estamos, cinco infinitos anos depois do lançamento do último filme de Harry Potter, aguardando de braços e corações abertos a novidade cinematográfica de J K Rowling.


     Animais Fantásticos e Onde Habitam estreou ontem, dia 17 de novembro, e eu coloquei a ansiedade, o medo e as expectativas dentro do pote de pipoca e fui conferir toda a produção na sessão das 21h... e é claro que vim deixar alguns comentários sobre o filme aqui pra vocês... então vamos lá!! Ahh.. e não se preocupem! Meu intuito aqui não é dar spoiler, e sim comentar com vocês pontos de destaque da produção cinematográfica como um todo...

     O filme foi protagonizado pelo ilustre Eddie Redmayne, que deu vida a um dos personagens mais incríveis que tive o prazer de conhecer (reparem na intimidade, haha), Newt Scamander, um ex aluno da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Lufano e apaixonado por criaturas mágicas. Newt pega sua maleta parcialmente secreta e parte em um navio rumo a Nova York, em plena década de 20, em uma missão animalesca, digamos assim... porém toda sua inocência e delicadeza (ou falta dela), faz com que alguns de seus animais deem uma leve escapada de sua proteção, e coloquem em risco a identidade dos bruxos e bruxas americanos. Em resumo, é isso... mas quando se trata de JK Rowling e sua mente sem fronteiras, não existe apenas uma história envolvida...


Comentários

1. Totalmente Lufano

     Já que estamos falando do Newt, o primeiro comentário é sobre sua personalidade. Que construção magnifica de personagem.. ele é bondoso, amoroso, extremamente fiel e não tem medo de lutar com determinação por seus sonhos e objetivos. O amor que ele tem pelos animais, por estudá-los, por conhecê-los melhor e querer que o mundo saiba que eles são inofensivos; o jeitinho de lidar com cada um deles, de proporcionar um casa, uma família... isso é lindo, e caracteriza totalmente um lufano. A casa de Hogwarts Lufa Lufa nunca foi muito apreciada, sempre taxada de ter alunos bobos e desajeitados... mas, sempre querendo quebrar barreiras preconceituosas, J K Rowling traz todas as informações necessárias para calar a boca de muito "bruxo trouxa" por ai... 

     E como se não bastasse, Eddie vem dar a opinião dele também... (quem quiser o link do video legendado, clique aqui )




2. "Harry Potter e os Bichos"??

     Não! Este filme veio para mostrar que o mundo da magia é muito maior do que aquele que já conhecemos com as histórias do "menino que sobreviveu". Voldemort não foi o primeiro bruxo das trevas, e sinto informar aos leitores, mas não será o último. Enquanto houver magia, enquanto aqueles que acreditam continuarem vivos, haverá bem feitorias e muita arte das trevas. 

     Nada de Harry Potter neste filme. Nada que me fizesse comparar as histórias. Uma produção totalmente nova, cheia de mistérios que deixam os cabelos em pé, mas com a essência do mundo que a gente já conhece... feitiços, poções, ministérios e leis mágicas... 

3. Alohomora! 

     E por falar em feitiços, eu achei tão perfeito os primeiros feitiços usados no filme serem um dos primeiros que nós conhecemos... Alohomora e Petrificus Totalus... tive uma sensação de nostalgia. Foi nesse exato momento que a ficha caiu, me contando que eu estava mergulhando no mundo mágico novamente... 

4. No-Maj

     Estamos falando agora de Jacob Kowalski. O "trouxa" ou "no-maj" mais fofo de todos os tempos. Adorei o personagem, sua determinação e simplicidade.. e, sem me conter e já fazendo um paralelo, ele me lembrou muito o Simon Lewis de Os Instrumentos Mortais. Sua história e desenrolar dos acontecimentos, a adaptação ao mundo novo e principalmente o rumo do desfecho do personagem... e também suas memórias.. tudo me lembrava Simon e eu já quero saber se tem como ascender ele para o mundo bruxo!!!




5. E os animais??

     Cada um com sua fantasia e sua magia, mas que juntos fizeram a festa no coração dos potterheads... vou falar sobre quatro deles que se destacaram...

Tronquilho → típicos "gravetinhos verdes" que Newt tem em sua maleta. Existe uma família completa deles, com cerca de 20cm de comprimento, camuflados em meio as folhagens, bastante tímidos e pacíficos... mas apenas um, o Pickett, não consegue viver longe de seu dono... portanto Newt reserva o bolso de seu casaco para ele... 



Erumpente ➝ Se for pra falar de animais da categoria peso pesado, este com certeza está no topo da lista. Visivelmente assustador, mas geralmente é uma criatura brincalhona e amigável... exceto quando está no cio hahaha... sua peculiaridade é um chifre luminoso que contém um fluído letal que pode explodir o que for perfurado...



Thunderbird (Pássaro-Trovão) ➝ Chamado de Frank por Newt, este pássaro lindo é uma criatura nativa do clima árido do Arizona, nos Estados Unidos, caracterizado pela cabeça de águia, ou até mesmo de Hipogrifo, e múltiplas asas que se camuflam nas nuvens ao anoitecer, além de ser capaz de promover tempestades e prever o perigo.



Pelúcio (Nifflers) ➝ Agora é hora de colocar um pouco de fofura e esperteza em uma mesma criaturinha safadinha. Pelúcio é muito parecido com um ornitorrinco de pelos negros e brilhantes, com uma forte tendência a travessuras e uma obsessão incontrolável por itens brilhantes e caros... e quando está atrás de seu objetivo, não é nada nada domesticável...



6. Aumenta o som!

     Não preciso nem perder muito tempo aqui pra dizer que a trilha sonora foi incrível... uma amplificação dos arranjos musicais de Harry Potter trouxe mais nostalgia e foi uma ótima forma de começar o filme... já despejando uma dosagem forte de adrenalina nas nossas veias... 

7. All That Jazz

     Ah os anos 20.. em Nova York então, foi genial. Adorei o figurino, principalmente das meninas... com destaque especial para todo o charme de Queenie. A época caiu muito bem no roteiro, e foi mais um ponto positivo na diferenciação dos mundos mágicos. A novidade foi o glamour vintage e a incrível Londres que abriu espaço para um novo palco em terras americanas. Adorei!





8. M.A.C.U.S.A.

     O Ministério da Magia dos EUA, que recebe o nome de Magical Congress of the United States of America, é bem parecido com o que já conhecemos, porém é governado por uma presidente fantástica: Seraphina Picquery.



9. O Lado 'Obscurus' da força...

     Se era pra ter medo, missão cumprida! Eu não gosto de filmes de terror e todo mundo tá cansado de saber isso. Mas algumas cenas me deixaram de cabelo em pé. Principalmente aquelas que se passaram no "orfanato anti-bruxo"...


     Com destaque especial para Credence, interpretado por Ezra Miller. Ele é um menino que vive dias difíceis no orfanato, sendo submetido constantemente a atos opressores de sua mãe adotiva. Protagonista de cenas intrigantes, principalmente aquelas ao lado do auror Percival Graves (Colin Farrell), funcionário renomado do MACUSA, Credence tem muita coisa pra mostrar... 


     ... e o Sr. Graves também!



10. Newt Suitcase

     Se você se apaixonou pela enorme barraca que os Weasleys montaram no torneio de Quadribol em O Cálice de Fogo, ou pela enorme capacidade que a bolsinha da Hermione teve em As Relíquias da Morte, prepare-se para perder o rumo de casa com a imensidão da maleta de Newt Scamander.



     Bom pessoal, como sempre eu me estendi aqui... falei muito, mas tenho certeza que vocês me entendem. Quem esperou 5 anos, agora só quer falar disso!! Em conclusão, valeu a pena esperar e o mais incrível... valeu a pena criar expectativas, pois elas foram superadas. Um roteiro novo, com detalhes que me fazem duvidar dos limites da mente de J K Rowling e um desfecho que deixou todos os queixos caídos. Deslumbrante... que venha o segundo filme!

     Espero que vocês tenham gostado, e que deixem nos comentários a opinião de vocês!! Beijos e até o próximo post... ;)


     Boa tarde, leitores!! Hoje está um dia perfeito pra ficar de preguiça né?? Feriado é sempre assim... mas também da pra colocar uma parte das leituras em dia. Eu escolhi vim escrever pra vocês, e como tema de hoje, trouxe uma resenha de um dos livros mais delicados que li em 2016... 

"Como seria bom se nossa mente funcionasse como um grande arquivo e pudéssemos simplesmente reviver nossos momentos favoritos a qualquer instante, escolhendo-os num sistema bem-organizado."

     Após passar um ano na casa de sua mãe vivendo o luto e a perda de seu marido para uma fatalidade, Elizabeth decide que já está na hora de voltar à sua antiga casa. Viver com sua mãe nunca foi fácil, principalmente depois do falecimento de seu pai. Elizabeth era muito jovem mas se lembra de conviver com uma mãe que passou a ser a sombra do que havia sido um dia. Decidida a não se tornar mais parecida com ela agora que também perdera seu marido, Liz arruma suas malas e de sua filha Emma, e volta para Meadows Creek. 

     Chegando na cidade, dirigindo um carro absolutamente inviável à condução, Liz perde o controle do carro e atropela um cachorro no meio da rua. Seu dono, desesperado, a xinga de todos os nomes, mas acaba aceitando sua oferta de levá-los ao veterinário. O homem não era nada agradável. Usava cabelos compridos, barba que há semanas não via uma navalha e que escondia os traços de sua boca. A ferocidade das palavras que dizia não representava um homem que teve um passado muito fácil, mas de alguma forma, Elizabeth não temia sua presença. Depois que o veterinário disse que o cachorrinho ficaria bem, o homem entra em um estado de alívio tão profundo, que se emociona e deixa as lágrimas fluírem. Mas não por muito tempo. Logo ele se recompõe e solta mais alguns desaforos para Elizabeth...

"- Elas aparecem sem você perceber e acabam te derrubando - comentou ele baixinho, como uma alma abandonada que se despede de sua família. Sua voz estava muito mais suave. Ainda soava meio ríspida, mas dessa vez havia um pouco de inocência nela. - As pequenas lembranças."

     Depois de tanto tumulto, é hora de voltar para casa, encarar a realidade e buscar seus velhos amigos, afinal Lizzy sabe que não precisa passar por tudo isso sozinha quando se tem amigos de verdade. Faye é uma delas, sua amiga mais louca e a dona de todo humor da trama. Ela traz espontaneidade e sorrisos verdadeiros pra alma de Elizabeth. Por outro lado temos também Tanner, que sempre foi o melhor amigo do marido de Liz, Steven, e que também estava disposto a ajudá-la, além de amar e ser padrinho de Emma. Assim, Liz consegue um emprego e parte em busca de uma nova vida...

      Até que ela descobre que seu vizinho, que tem um jardim em pior estado que o dela, é nada mais nada menos que o homem do cachorro. Todos na vizinhança o temem, todos acham ele um monstro, mas Liz viu a emoção em seu olhar e o medo de perder seu fiel companheiro. Liz sabe que ele esconde um coração cheio de magoa e este sentimento se parece com o dela: a perda de alguém que completava sua vida. Com uma vontade insana de se aproximar e saber mais sobre seu vizinho, Liz insiste em tentar ser amiga mas ele sempre a repele, sem dó nem piedade. Sua grosseria só diminui quando ele é capaz de enxergar nela as mesmas dores que ele carrega em seu peito.

     Semelhanças, sofrimento, saudade... todos esses "s" fazem com que Tristan e Elizabeth se aproximem, como se eles fossem o suficiente para suprir a falta daqueles que não estavam mais ali. Um torna essencial para o outro, como o ar que eles respiram... mas aos poucos, ser um substituto daquele que não está mais presente vira um fardo. Eles não são as mesmas pessoas, não têm os mesmos sentimentos... e as lembranças vão apertando a alma dos dois até que eles não têm mais para onde correr.

"Às Vezes, a pior parte de existir sem a pessoa que amamos é ter que se lembrar de respirar"

     A história não para por ai. Tem muita coisa que se desenrola paralelamente ao envolvimento de Tristan e Liz, mas quero falar sobre tudo aqui nos comentários adicionais. 

     Primeiramente, logo que li "Elizabeth" e "Emma" foi impossível não pensar em Jane Austen. Vocês devem me achar uma viciada e, desculpem, mas eu sou mesmo hahah. E eu estava um tanto quanto certa. Ao longo do livro a autora cita algumas das obras que mais marcaram minha vida, uma delas... Orgulho e Preconceito. Além disso, muitas das obras citadas constroem o personagem de Tristan. Eu não deixei bem explícito na resenha, mas ele era um homem casado, que tinha um filho jovem que era apaixonado por livros. Alice, Harry Potter, As Crônicas de Nárnia e Onde Vivem os Monstros eram os favoritos de Charlie e, após perdê-lo junto com sua esposa em uma acidente de trânsito horrível, Tristan eterniza em seu corpo passagens literárias em forma de tatuagem e eu achei extremamente lindo isso... me deixou com mais vontade ainda de fazer algumas!!

"Não existia nada mais impressionante do que um homem que não apenas conhecia as histórias mais clássicas da literatura, mas também havia transformado o próprio corpo numa biblioteca particular"

     O que falar de Emma?? Simplesmente uma das melhores construções infantis de todos os tempos. Uma princesa pronta pra guerra mais sangrenta de todas. Apaixonada por zumbis, vampiros e todos os personagens de Hotel Transylvania, mas também cantarola o dia todo "Let it Go" de Frozen, traz a representação de tudo que há de lindo em um ser humano: seu lado sombrio mesclado a delicadeza do amor. Ela encantou a leitura com seu jeitinho, sua esperança, seu amor por Liz e também por Pluto (este era o apelido nada carinhoso que Liz e Emma deram para Tristan) além da inocência infantil de dizer toda a verdade, independente da hora e da situação... muito fofa!

     E agora, fazendo um resumo geral e concluindo a resenha... eu nunca tinha lido um livro em que a dor da perda tivesse retratada tão claramente. Eu passei mais tempo da leitura com os olhos embaçados pelas lágrimas do que em qualquer outro livro deprimente! Mas aí é que tá, "O Ar Que Ele Respira" não é deprimente e sim instigante. Eu aprovei a escrita da autora, que eu ainda não conhecia e já quero ler mais livros dela... Uma leitura rápida, envolvente e muito muiiiito emocionante. Ah, e sobre os fatos paralelos à vida de Tristan e Liz, vocês precisam ler! A autora tem aquele dom que a gente ama de não deixar ponto sem nó, sabe? Espetacular! Recomendo...

     Espero que tenham gostado, não apenas na resenha mas, e principalmente, da leitura!! Beijos e até a próxima, pessoal!


O Ar Que Ele Respira (The Air He Breathes)
Brittainy C. Cherry - 2015
Editora Record - 2016
308 páginas
ISBN: 978-85-01-07566-6
Por Izabela Elias