Boa noite pessoal!! Tudo bem com vocês?? Espero que sim, pois eu estou muito ansiosa pra falar sobre esse livro com vocês hoje. Recebi "Tudo e Todas as Coisas" da Editora Novo Conceito no mês passado e foi uma experiência de leitura muito dinâmica e extremamente cativante. Impossível não se apaixonar!!


"Na verdade, há apenas uma única coisa que eu desejo: uma cura mágica que me permita sair correndo, livre, por ai, como um animal selvagem, mas nunca fiz esse pedido porque sei que é impossível."

     Já ouviu falar em Imunodeficiência Combinada Grave? Não? 

     Para nós pode ser uma doença totalmente desconhecida, mas seus efeitos e suas consequências ecoam na vida de Madeline Whittier a todo momento. Quando era ainda muito jovem, ela foi diagnosticada com esta doença grave que a impedia de se comunicar com o meio externo. Cheiros, sabores exóticos, texturas naturais, pólen... tudo lhe causa reação alergia. Hoje, Madeline está convencida de que é alérgica ao mundo. Sua vida e suas teorias giram em torno de livros, com as mais coloridas capas e que, além de serem a única fonte de cor em seu quarto imaculadamente branco, são os únicos que lhe fornecem alimento necessário para o dom da imaginação sem limites. 

     Acostumada a viver durante 17 anos apenas com sua mãe - que é também sua médica - e com Carla, sua enfermeira e melhor amiga, Madeline passa os dias lendo e tendo aulas online enquanto aguarda a hora do jantar para ter um momento de diversão com sua mãe. Seus dias são sempre assim e se resumem a isso. Nenhum amigo de sua idade, nenhum segredo, nenhum amor, apenas a monotonia dos dias e das noites... uma rotina que está com os dias contados quando a casa ao lado, que há um tempo estava vazia, recebe uma nova família.


"Naquela noite, sonho que a casa respira comigo. Eu exalo e as paredes se contraem como um balão furado, me esmagando quando desinfla. Eu inspiro e as paredes se expandem. Mais uma única respiração e minha vida, por fim, irá pelos ares."

     No dia em que seus novos vizinhos se mudaram, Madeline corre para janela para observá-los. Um homem e uma mulher, uma menina mais nova.. e um par de olhos azuis destacados pela vestimenta totalmente fúnebre do filho mais velho. Este é Olly, pelo menos é assim que seus pais o chamam. Tão seguro de si, cheio de vida e de movimentos inquietantes. Os olhos curiosos de Madeline logo se cruzam com o olhar do menino, mas sua mente cheia de inseguranças faz com que, no susto, ela se afaste da janela.

     Não demora muito para o garoto tentar uma aproximação, afinal quem resistiria ao charme asiático e afrodescendente de Madeline? E ela, mesmo que não tendo certeza alguma sobre como é o mundo lá fora e como seria se portar diante de uma nova pessoa em seu pequeno circulo de amigos, decide se aventurar nessa nova amizade. 

     Tudo é muito novo para ela. A liberdade de Olly a fascinava e muitas vezes ela chega a se questionar sobre seu futuro. Tudo sempre foi tão certeiro, tão convicto e tão real... sem nunca ser tratado como um problema e sim uma realidade, e que agora pode passar a ser um empecilho em busca de seus sonhos. Por outro lado, Olly enxerga o que é ter limites e passa a respeitá-los, mas nada o impede de fazer com que Madeline extrapole suas próprias barreiras. 


"Mais uma vez, fico hipnotizada pela expressão pacífica em seu rosto quando ele está em movimento (...) Seu corpo é sua fuga do mundo, ao passo que estou presa dentro do meu."

     Mergulhando com a cara e a coragem em mais um Sick-lit, descobri um mundo muito diferente do que eu estava acostumada a ler. A história é leve - o que me lembrou um pouco da delícia que foi ler Zac e Mia - e os personagens foram muito bem construídos, o que é um fator que ultimamente mais embasa minhas críticas. Olly tem um corpo livre e talvez um espírito aprisionado, ao contrário de Madeline, que sonha com universos e planetas distantes de sua bolha. Não só o fato de amar matemática, mas também o modo como chega a pensar que as pessoas são matematicamente previsíveis fez com que eu comparasse Olly com Colin Singleton de "O Teorema Katherine" de John Green. Mas Maddy (apelido novo de Madeline que me lembra um pouco de "bagunça organizada") superou minhas expectativas: não é aquela menininha em apuros e sim uma menina mulher, consciente de sua condição física, porém forte o bastante para subir muralhas e enfrentar o mundo. Claro que desde o começo eu fiquei apreensiva, afinal ninguém em sã consciência lê um livro com a protagonista doente esperando o melhor dos desfechos... mas eu me surpreendi e recomendo cada segundo desse romance... 

     Enfim, não quero dar spoilers... mas é uma história muito meiga, muito doce... com uma dinâmica de leitura incrível, visto que as páginas são repletas de diagramas e representações gráficas de emails, listas e rabiscos... totalmente envolvente. Um ótimo livro pra inaugurar a parceria de 2016... Espero que tenham gostado da resenha e não se esqueçam de deixar nos comentários a opinião de vocês, tá?

     Por hoje é só!! Beijos e até a próxima!



Tudo e Todas as Coisas
Nicola Yoon
Editora Novo Conceito - 2016
ISBN: 978-85-8163-788-4
304 páginas
Por Izabela Elias




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